terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Porque o brasileiro se endivida tanto?

Porque gastamos tanto
Cinco razões que mostram como um hábito cultural é agravado com mal uso da tecnologia e da legislação.

Em 2018 o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor lançou um documentário sobre um grave problema econômico no Brasil: o superendividamento. Apesar do tema inusitado para um documentário, ele precisa ser escancarado: aproximadamente 30 milhões de pessoas estão superendividados no Brasil e mais de 62 milhões estão inadimplentes.

Durante o CONACOB (Congresso Brasileiro Online de Crédito e Cobrança) o especialista em recuperação de ativos Paulo Roberto Alcântara, falou sobre como a correta gestão da atividade de cobrança pode reduzir esses índices. Trouxemos aqui alguns pontos preocupantes que ele levantou sobre o círculo vicioso da inadimplência: 


A economia brasileira é baseada no crédito


Quem não lembra das vendas por catálogo, ou mesmo revendedores de portão. Era comum pegar o produto num dia e só pagar no fim do mês, ou no começo do outro mês… Ou no famoso “dia do pagamento”. Com o advento da modalidade de pagamento via cartão de crédito, os consumidores trouxeram agilidade ao comprar agora e pagar depois. O problema é que grande parte dos brasileiros têm mais dívidas do que renda. Com isso, usa-se o limite do cartão ou o cheque especial do banco como complemento de renda, tentando equilibrar boletos e vencimentos com as entradas na conta. Em média o inadimplente brasileiro compromete sua renda em mais de 90%. Os pratinhos estão caindo, pois num momento de imprevisto, como uma doença, alguma conta ficará por ser paga. 


Falta de educação financeira do consumidor brasileiro


Na verdade, pagar tudo no cartão de crédito não é o problema, usar seu limite como um “segundo salário”, sim. Falta em nosso país uma educação financeira mais abrangente e eficaz. A compra no crédito e parcelada viabiliza excessos como as compras sem necessidade, não se olha o preço final do produto, mas sim o valor da parcela para a falsa ideia de que ela “cabe no orçamento”, infelizmente existem gastos fixos das famílias que são ignorados quando se quer fazer esse tipo de compra parcelada. 


Aumento substancial do comércio eletrônico


A possibilidade de comprar praticamente qualquer coisa pela internet é ótimo mas também é um perigo. As campanhas publicitárias são massivas e o consumidor de ocasião entra em uma ciranda de clicar e comprar, um futuro inadimplente pode estar do outro lado da tela. Além de disponibilizar produtos, preços e avaliações em suas ofertas, as lojas online “perseguem” os consumidores com anúncios personalizados baseados no histórico de buscas que os clientes fazem. Funciona assim, você pesquisa tênis preto 41 no Google ou outro buscador que preferir, no mesmo dia e nos dias seguintes, você notará que os anúncios nas redes sociais que participa, em seu e-mail ou mesmo em outros sites que usam a rede de anúncios do Google ou similares, lhe mostrará anúncios de tênis pretos em promoção, ou com preço melhor, ou a pronta entrega e etc. Não é o destino mandando o consumidor adquirir o bem, é a tecnologia. 


Aumento da taxa de juros


A inadimplência deixa o “dinheiro mais caro” aumentando o fator de risco. Os juros aumentam para cobrir esse risco. Com uma inadimplência menor, em tese, os juros baixam, mas outros fatores da roda da economia do país influenciam essa taxa também. 


Volume de desemprego crescente


O desemprego hoje atinge mais de 12 milhões de brasileiros. Fechamos janeiro com uma taxa de 11,6% de desocupação. O número é menor que 2018 (12,3) e 2017 (12,7),  segundo o site G1, é devido ao crescimento do trabalho sem carteira e por conta própria. Contudo, a desocupação no Brasil é número maior, pois inclui as pessoas que desistiram de procurar emprego, mas continuam sem renda, e aquelas que estão em um emprego informal e por conta da taxa de consumo diminuir ele teve que fechar o negócio, gerando mais desemprego. Então o poder de compra das pessoas diminui cada vez mais, mas a vontade de comprar e os apelos, não. 


E você? O que vai fazer hoje para reduzir os índices de inadimplência na sua empresa?


Até a próxima!



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