By Equipe CEDRUS - 30/05/2025
Em um mercado cada vez mais competitivo, um novo paradigma vem ganhando força no setor financeiro e comercial: a cobrança deixou de ser apenas sobre recuperar valores e passou a ser, principalmente, sobre recuperar clientes. A lógica é simples: ao manter uma relação saudável com um cliente inadimplente, você aumenta consideravelmente as chances de receber o pagamento e ainda preserva a possibilidade de vendas futuras. Ou seja, quem recupera o cliente, recupera o valor.
A inadimplência é quase sempre uma fase temporária, tanto para pessoas quanto para empresas. Já o status de consumidor é contínuo — todos precisamos de bens e serviços ao longo da vida. Por isso, cobrar com empatia e profissionalismo é um investimento em relacionamentos duradouros.
A inadimplência é quase sempre uma fase temporária, tanto para pessoas quanto para empresas. Já o status de consumidor é contínuo — todos precisamos de bens e serviços ao longo da vida. Por isso, cobrar com empatia e profissionalismo é um investimento em relacionamentos duradouros.
1. Organização é o primeiro passo para uma cobrança eficaz
Se você não sabe quem está devendo, quanto deve e há quanto tempo, fica praticamente impossível cobrar com eficiência. Uma operação de cobrança começa com dados organizados e atualizados.
Utilize ferramentas de gestão, planilhas ou softwares de CRM que integrem clientes, valores em aberto e canais de contato. Isso permite uma visão clara da carteira de inadimplentes e ajuda a priorizar os contatos com maior chance de recuperação.
Lembre-se de que as dívidas mais recentes são as mais fáceis de serem quitadas. Não demonstrar atenção a elas pode fazer com que o cliente pense que você também não se importa.
2. Não cobre: lembre seu cliente de pagar
A escolha das palavras importa — e muito. Em vez de “cobrar”, pense em “lembrar o cliente” sobre o vencimento de uma fatura ou negociação. Essa abordagem mais leve e respeitosa faz com que o cliente não se sinta pressionado ou constrangido.
Com um processo organizado, é possível programar o envio de lembretes via SMS, e-mail ou WhatsApp poucos dias antes do vencimento. Essa atitude ajuda principalmente os esquecidos de plantão, que representam uma boa parcela da inadimplência.
Além disso, mensagens automatizadas com um tom amigável evitam desgastes e ajudam a manter uma imagem positiva da sua empresa.3. Use a conversa como ferramenta de recuperação
Embora ferramentas como régua de cobrança, e-mails automáticos e plataformas de negociação online sejam importantes, muitas vezes só uma boa conversa pode resolver.
O contato telefônico direto, por exemplo, é uma das estratégias mais eficazes para casos mais complexos. A ligação deve ser feita com tom consultivo, como um pós-venda, e não como uma cobrança agressiva.
Aproveite o momento para entender o motivo da inadimplência: houve perda de renda? Algum problema com o produto ou serviço? A partir daí, é possível construir uma negociação personalizada e com maior chance de sucesso.
Dica: o telefone é uma ferramenta cara, tanto em tempo quanto em estrutura. Use-o com inteligência, priorizando valores altos ou clientes estratégicos.4. Ofereça formas variadas de pagamento
Hoje, o mercado oferece várias formas de pagamento — e sua empresa deve aproveitar essa diversidade. Pix, transferência bancária, boletos, cartões de crédito e até cheques podem ser aliados na recuperação de crédito.
Tenha essas opções à mão quando for abordar o cliente inadimplente. Isso facilita a negociação e aumenta a chance de aceitação da proposta, especialmente se o cliente estiver enfrentando dificuldades financeiras.
Além disso, entenda quais opções fazem mais sentido para cada tipo de cliente e valor em aberto. A flexibilidade é um diferencial competitivo nesse momento.
5. Evite a inadimplência com uma venda bem estruturada
Grande parte dos problemas com inadimplência começa ainda na venda. Muitos empresários acabam concedendo crédito sem qualquer análise — e isso aumenta os riscos.
Avaliar o perfil do cliente antes de liberar pedidos a prazo é essencial. Mesmo pequenos comércios podem aplicar regras simples de gestão de crédito, como verificar o histórico de compras, pedir um adiantamento ou analisar a pontuação em bureaus de crédito.
Evitar vender para quem já deu sinais de risco é a forma mais segura de reduzir problemas de cobrança no futuro.6. Cordialidade é a alma da cobrança humanizada
Por mais que a inadimplência cause prejuízo, manter a educação e o respeito é sempre o melhor caminho. Cobrar com agressividade ou sarcasmo pode não apenas afastar o cliente, mas também gerar consequências legais.
O cliente que se sente ofendido pode recorrer ao Procon ou até mesmo ao Judiciário, transformando uma cobrança de rotina em um processo jurídico demorado e desgastante.
Mantenha um tom gentil, mesmo por escrito. Muitas vezes, uma mensagem de cobrança mal redigida pode ser interpretada como ofensiva.
Lembre-se: o objetivo é recuperar o cliente, não afastá-lo.
7. A cobrança também faz parte da experiência do cliente
Assim como o atendimento, a entrega e o pós-venda, a forma como você realiza a cobrança impacta diretamente na experiência do cliente com a sua marca.
Cobranças bem feitas não precisam ser motivo de conflito. Pelo contrário: podem ser oportunidades de aproximação e fidelização, desde que feitas com ética, empatia e profissionalismo.
Ao focar em recuperar o relacionamento — e não apenas o valor — você transforma um momento crítico em uma chance de mostrar que sua empresa respeita e valoriza o cliente.
A cobrança humanizada é mais do que uma tendência — é uma necessidade em um mercado centrado no cliente. Ao priorizar a recuperação do relacionamento em vez de simplesmente pressionar por pagamentos, sua empresa constrói parcerias duradouras e mais lucrativas.
Lembre-se: inadimplência é muitas vezes passageira. Clientes satisfeitos, bem atendidos e respeitados têm maior chance de voltar a comprar — e pagar.
Portanto, da próxima vez que for cobrar, reflita sobre o tom da comunicação, as opções de negociação e a postura adotada. Seu cliente vai lembrar não só da dívida, mas da forma como você lidou com ela.
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